Política

Múltiplas investigações colocam sob ameaça direitos políticos de Bolsonaro

Apesar de prometer na campanha pacificar o país e não fazer do revanchismo uma marca de sua gestão, o presidente Lula está deixando claro que tem contas a acertar com adversários — antigos e novos, reais ou convenientemente fabricados. Uma de suas prioridades é garantir a punição a militares que contribuíram direta ou indiretamente para o ataque de radicais bolsonaristas ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Outra, anunciada de forma surpreendente nos últimos dias, é atacar o presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, numa tentativa de transformá-lo em bode expiatório e responsabilizá-lo injustamente pelas dificuldades econômicas do país, algumas das quais agravadas por declarações do próprio presidente. A maior obsessão de Lula, no entanto, tem nome e sobrenome conhecidos. O petista quer que Jair Bolsonaro passe pelas mesmas agruras que ele enfrentou: inelegibilidade e prisão. Em retiro voluntário nos Estados Unidos, o capitão já disse mais de uma vez que teme ser preso, mas a principal ameaça a ele, por enquanto, é a cassação de seus direitos políticos.

A guerra entre o atual e o antigo mandatário está apenas começando. A estratégia de Lula é convencer a Justiça de que Bolsonaro foi o mentor de uma tentativa permanente de golpe, estimulada por uma poderosa máquina de disseminação de fake news, ensaiada no feriado de 7 de setembro de 2021 e consumada com a invasão e depredação da sede dos Três Poderes, em Brasília, no último dia 8 de janeiro. Ciente dos riscos que corre, Bolsonaro alega que nunca saiu das “quatro linhas da Constituição”, que não flertou com uma intervenção militar e que não há provas de seu envolvimento em ações golpistas. Parte dessa argumentação está em xeque desde que VEJA revelou que o ex-pre­sidente se reuniu com o ex-de­­putado Daniel Silveira (sem partido) e o senador Marcos do Val (Po­demos-ES), em dezembro passado, para debater um plano destinado a anular o resultado das eleições, impedir a posse de Lula e garantir a permanência de Bolsonaro no poder. A ideia era que o senador, convidado para o encontro no Palácio da Alvorada, gravasse o ministro do STF Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e conseguisse uma declaração dele que pudesse ser usada para questionar a sua imparcialidade na condução do processo eleitoral e até mesmo pedir a sua prisão.

Até o ano passado, a hipótese de Bolsonaro ficar inelegível era considerada improvável, mas ela passou a ser cogitada no Supremo e no TSE depois de apoiadores do ex-presidente protagonizarem atos de v…

Por Daniel Pereira, Laryssa Borges da Revista Veja

Mário Martins

Mário Martins, durante toda sua vida procurou defender os menos favorecidos, os pescadores, os moradores do bairro, moto-taxistas e os homens e mulheres do campo. Com seu Blog, tenta informar Afogados-PE e região sobre os principais acontecimentos.

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