EXCLUSIVO: Raquel Lyra abandona prática de Paulo Câmara que gerava gastos milionários para o Estado. Paulo nega uso
Sem alarde, a governadora Raquel Lyra (PSDB) não usou de jatinho para ir à Brasília esta semana.
O governador do Estado usar jatinhos para se descolar para Brasília e outros estados era a prática comum nas gestões do PSB, desde o governo de Eduardo Campos.
A nova governadora postou em seu Instagram uma foto em avião de carreira, como passageira comum, na madrugada desta terça-feira (7), quando estava se deslocando para Brasília.
Segundo matéria anteriormente publicada no Jornal do Commercio, uma viagem ida e volta para Brasília dos ex-governadores, em jatinho, custava mais de R$ 100 mil cada.
As viagens de Eduardo Campos e Paulo Câmara, em jatinhos, geravam gastos milionários para o Estado, segundo apurado pela reportagem.
Desde 2015, o governo Paulo Câmara já gastou R$ 5,6 milhões com o aluguel de aeronaves. Entre janeiro e junho deste ano foram R$ 1,3 milhão. Os voos de julho e agosto ainda estão com os valores em tramitação no Portal da Transparência. No total, foram 119 viagens pagas pela atual gestão. As agendas incluem reuniões com ministros e empresários, vistorias de obras e até sessões solenes do Congresso Nacional ou missas no interior.
Cada uma das 34 idas a Brasília em avião fretado custa R$ 100 mil. Os trechos no Estado são mais baratos. Varia entre R$ 19 mil e R$ 25 mil o desembolso para que o governador voe até os locais dos encontros do programa Pernambuco em Ação, em que apresenta as ações realizadas pelo governo. O projeto surgiu de uma cobrança para que Paulo pudesse circular mais pelo interior do Estado no ano pré-eleitoral. Organizadas pelo próprio Palácio, as agendas são marcadas com antecedência.
Não raro, Paulo Câmara costuma dar carona nos voos oficiais a deputados aliados, federais e estaduais, além dos secretários das pastas. Em maio, após as chuvas na Mata Sul, o pernambucano fez questão de pousar em Maceió para levar a Brasília o governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB).
Um ministro de um partido aliado precisa ir do Instituto Ricardo Brennand, na Várzea, para um hangar no Aeroporto do Recife, a 15 quilômetros de distância. A solução do governo do Estado foi pagar quase R$ 5,5 mil por um helicóptero fretado que teve como único passageiro o ministro da Integração, Helder Barbalho (PMDB), que participava de uma reunião da Sudene em setembro do ano passado e queria chegar rápido em Brasília.
Fonte: Jamildo Melo do Ne 10